quarta-feira, 29 de março de 2017

Nova versão de A Coisa ganha primeiro trailer

A Warner Bros. publicou hoje (29), no Youtube, o primeiro trailer do filme A Coisa (It), baseado no livro homônimo de Stephen King. A estreia do filme no Brasil está marcada para o dia 7 de setembro de 2017, um dia antes do lançamento mundial.


O filme começou a ser preparado em 2009, com direção do cineasta Cary Fukunaga. Porém, com algumas mudanças do estúdio, a partir de 2015, quem assumiu o projeto foi Andrés Muschietti, diretor de Mama.

A Coisa conta a história de um ser sobrenatural que aterroriza a cidade de Derry, no Maine (EUA). Anos após sofrer com a criatura em forma de palhaço, um grupo de amigos volta à cidade com a promessa de enfrentar a Coisa.

O elenco conta com Bill Skarsgard, Jaeden Lieberher, Jeremy Ray Taylor, Sophia Lillis e Finn Wolfhard (Stranger Things) e Wyatt Oleff (Guardiões da Galáxia).

Palhaço do filme A Coisa

terça-feira, 28 de março de 2017

Crítica - Drácula: Uma História de Mistério

A obra, lançada em 1897 pelo irlandês Abraham “Bram” Stoker, é uma daquelas tão boas, mas tão boas que mesmo quem não leu tem ao menos uma vaga ideia sobre do que se trata. Com esse livro, Stoker trouxe ao mundo um dos mais icônicos personagens de todos os tempos. Antes de Entrevista com Vampiro, Crepúsculo e outras histórias de sugadores de sangue, foi aqui que a figura do vampiro ganhou peso na Literatura e que traz até hoje elementos de terror mesmo para nossa cultura atual.

Baseado nessa obra, o lorde das trevas ganhou forma muitas vezes nas telonas e telinhas. São incontáveis filmes que tiveram como inspiração a mítica da obra de Bram Stoker. O vilão foi inicialmente adaptado para as telonas por Bella Lugosi, depois por Christopher Lee e até pelo homem de mil faces, Gary Oldman, apenas para citar os mais marcantes. Algumas adaptações são boas, outras, nem tanto, e outras maltratam o legado de um dos maiores vilões de todos os tempos. Comparando à obra que deu origem a eles, porém, nenhum é tão forte e assustador quanto o do livro.

Por ser uma obra de domínio público, muitas editoras, aqui no Brasil, já lançaram o livro em português. A que foi usada para essa resenha foi a 5ª reimpressão, de dezembro de 2014, da editora Landmark, em versão bilíngue e com capa dura.


O livro traz, antes da história principal, um conto chamado O Convidado de Drácula, lançado originalmente apenas em 1914, dois anos após a morte do autor. Com alguns textos de Stoker sem terem sido publicados, a víuva encaminhou à editora inglesa George Routledge and Sons uma série de nove intitulada “O Convidado de Drácula e outros contos sobrenaturais”. A narrativa serve como uma introdução ao livro. É interessante como curiosidade histórica.

A história principal, ”Drácula: Uma história de mistério”, é contada por meio de relatos, diários, textos de jornais e cartas trocadas entre Jonathan Harker, Mina Murray, Van Hellsing, Dr. Seward, Quincey P. Morris e outros. Esse estilo não é tão incomum e é o mesmo modelo usado por Mary Shelley em seu eterno “Frankenstein, Ou o Prometeu Moderno”, de 1818.

A narrativa tem início com a chegada de Jonathan Harker, um advogado londrino, à Transilvânia. O objetivo dele é se reunir com um conde chamado Drácula para tratar da compra de uma propriedade em Londres. Harker vai ao local com a expectativa de ficar alguns dias lá para acertar os detalhes da aquisição, ensinar um pouco sobre a geografia e política londrina e ir embora.

Porém, aos poucos, começa a perceber que seu plano não seria concluído, pois o conde fez dele seu prisioneiro. No início, o relato é contado por meio do diário de Harker e cartas para a noiva, Mina. A princípio ele fala sobre a excitação de conhecer o local, mas conforme o tempo passa e ele entende que está preso, começa a ficar tenso e passa a questionar a si mesmo se algo sobrenatural o perturba.

Apesar de existir um vampiro na história, tudo se passa de forma muito crível e coesa. A trama se desenvolve em um ritmo gradativo, mostrando Harker em um ambiente inóspito, sem entender de fato o que acontece ao seu redor. Ao juntar os pontos, pouco a pouco, a sanidade dele começa a desaparecer. A narrativa é bastante tensa e o autor, já experiente na época, soube trazer essa atmosfera pesada para o leitor.

O advogado descobre os planos de seu malfeitor e consegue voltar para Londres. Lá, outros acontecimentos estranhos começam a acontecer, como uma mulher de branco que ataca pessoas durante a madrugada. Um navio atraca no porto com nada menos que toda a tripulação morta de forma inexplicável. No hospital psiquiátrico próximo à nova casa de Drácula, em Londres, um paciente começa a fugir do controle com alucinações sobre um mestre das trevas. E para deixar Harker ainda mais desesperado, sua noiva é atingida por uma doença inexplicável, deixando-a com uma anemia forte e quase à beira da morte.

Todas essas passagens são realmente muito marcantes, com clima de suspense. A contagem de corpos é alta e o vilão é implacável em busca de seus objetivos. O ponto alto do livro é a construção da história, que é bem sucedida ao mostrar os personagens frente a um perigo desconhecido e que beira o inexplicável. As artimanhas de Drácula fazem jus à fama de ser um dos maiores vilões da história, e talvez um dos mais repaginados também.

Porém, muito se engana quem assistiu a qualquer versão cinematográfica e acredita que Drácula se move pela paixão, por vontade de conseguir um novo amor. Ele não é assim nesta obra. Sem remorso, sem compaixão ou qualquer sentimento humano, ele prova ao leitor sua crueldade na forma mais pura ao castigar, física e psicologicamente, todos os que cruzam seu caminho.


Bram Stoker concebeu, por releitura histórica do príncipe da Valáquia (região hoje que faz parte da Romênia) Vlad, o Empalador, um dos vilões mais cruéis e brutais que o mundo já viu. Se houvesse um hall da fama de vilões, Drácula, de Bram Stoker, com certeza estaria lá. 

Ficha Técnica

Drácula - Edição Bilíngue Português-Inglês
Autor: Bram Stoker
Editora Landmark
Capa dura
Páginas: 432

domingo, 26 de março de 2017

À Meia Noite Levarei Sua Alma

Escolhi o filme À Meia Noite Levarei Sua Alma para dar início ao blog, pois acredito que seja o melhor filme de terror já feito no Brasil. Portanto, vamos prestigiar. Nada mais justo, afinal, a película, lançada em 1964, tem elementos impressionantes em vários aspectos e tudo o que um apreciador dos filmes de terror procura, como vilão cruel, cemitério, mortes e suspense.


À Meia-Noite é o primeiro filme do personagem Zé do Caixão, o agente funerário de uma pequena cidade brasileira que busca a mulher perfeita para ter um filho perfeito e dar continuidade à sua linhagem. Idealizado, escrito e dirigido por José Mojica Marins, esta foi a obra máxima deste cineasta, que foi imortalizado pelos seus filmes de terror de baixo orçamento. Com À Meia Noite, Mojica foi múltiplas vezes premiado fora do Brasil, mesmo que ao mesmo tempo, em seu próprio país, ainda seja mal visto ou entendido como diretor de filmes B quase cômicos.

O filme começa com uma introdução feita pelo próprio Zé do Caixão, personagem criado e interpretado por Mojica, questionando qual o sentido da vida e como atingir a imortalidade através do sangue. Fundo de cemitério, lúgubre, com um personagem de capa, cartola e assustador. Atmosfera perfeita que dá o tom ao filme todo. Em seguida, outra personagem do filme, a cigana, alerta ao espectador: se não é valente e forte, vá embora. Mais uma vez, um cenário perfeito, com crânios e amuletos enfeitando o local.


A história começa com um funeral em uma cidade que poderia ser de qualquer região do Brasil, mas pelos sotaques, é mais provável que seja de fato no interior paulista (as filmagens foram em São Paulo e interior). O protagonista aparece logo no início da cena e se apresenta como agente funerário local. Já identificamos sua personalidade quando, ao chegar em casa, fala para a mulher que participar de enterros lhe dá fome.

E não só isso, ele tem fome de carne. Até aí, nada demais, claro, porém, a mulher dele replica que é dia santo, por isso, não tem carne. Ao responder “Hoje eu como carne, nem que seja carne de gente”, temos uma mostra de como segue o filme, com simbolismos religiosos, quebra de paradigmas e um personagem que não apenas é ateu, mas desrespeita todos os que tenham qualquer tipo de religião, por achar que o homem que crê em alguma divindade seja um prisioneiro de seu próprio Deus. Apesar de esse discurso ser levado muitas vezes de forma teatral, é uma premissa muito avançada para a época.


Essa forma de impor sua não crença assusta os moradores locais. Um homem barbudo, que renega qualquer tipo de fé, se veste apenas de preto, de capa e trabalha com mortos já dá motivos suficientes para a população temer. Mas não para por aí. Zé do Caixão é feroz. Ele é brutal. Muito brutal. Não se deixe enganar, mesmo sendo apenas humano, nem o Drácula de Lugosi, a criatura de Frankenstein, interpretada por Karloff ou qualquer outro monstro clássico são tão malvados quanto Zé do Caixão. Ele queima pessoas vivas, mata o melhor amigo para ter uma chance com a noiva dele e assusta a própria esposa com uma aranha.


Apesar de ter orçamento baixo, com um diretor que nem ao menos completou os estudos fundamentais, quanto mais uma faculdade de cinema, o filme é um marco. Os ângulos, trilha sonora, cenografia e uso de efeitos práticos, como aranhas de verdade nas cenas de tortura abrilhantam muito a obra. Para entender o poder do filme, basta assisti-lo. É claro que ao conhecer a história do lendário José Mojica Marins a coisa fica ainda mais interessante, mas basta ver o primeiro minuto da película para saber que ele não estava de brincadeira quando concebeu essa obra-prima do gênero.

Ficha Técnica:
À Meia Noite Levarei Sua Alma
Direção: José Mojica Marins
Roteiro: José Mojica Marins
Lançamento: 9 de novembro de 1964

Duração: 81 minutos

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