segunda-feira, 10 de abril de 2017

Crítica - Mortos que Matam


Mortos que matam (Last man on Earth) é um filme de produção ítalo-americana, de 1964, dirigido pela dupla Ubaldo Ragona e Sidney Salkow, com Vincent Price no papel principal. A história, baseada no livro Eu sou a Lenda, se passa em um futuro pós-apocalíptico em que uma doença de transmissão aérea extingue toda a humanidade, com exceção de Morgan, interpretado por Price.

Não bastasse o fato de a doença matar todo o mundo, descobre-se também que as pessoas mortas em decorrência dela começam a se levantar e a perambular pelas cidades. São chamadas de vampiros, pois só ficam acordadas durante a noite, morrem apenas com estacadas de madeira no peito e têm medo de espelho e alho, mas agem mais como zumbis falantes, sem muita inteligência. As criaturas que moram perto do protagonista passam as noites dizendo para ele sair de sua casa para que eles possam mata-lo. Eles fazem bastante barulho quando procuram por Morgan, que ao escurecer se tranca em sua fortaleza pessoal e fica calmamente ouvindo jazz em sua casa. Isso acontece todos os dias. Ao amanhecer, aproveita sempre a luz do sol para realizar suas táticas de sobrevivência, indo a mercados pegar estoque de suprimentos, por exemplo.

Morgan sobrevivendo a um ataque ocasionado pela distração

O filme é dividido em três atos. O primeiro introduz o cenário, o personagem e suas ações, com foco na solidão do último homem vivo no mundo. O segundo mostra o passado de Morgan, durante a época do incidente que varreu a humanidade do mapa. É bastante interessante ver a diferença da personalidade do protagonista, quando ainda era uma pessoa feliz. O terceiro, de encerramento, é quando sua rotina muda ao encontrar outro ser humano vivo e a história é concluída.

Clímax com a batalha derradeira pela vida

Apesar de muito importante para o gênero, este filme tem um ritmo bastante lento, justamente por focar em apenas um personagem, que não contracena com nenhum outro por boa parte da história. O melhor do filme é realmente o fato de ter sido o primeiro do “subgênero” sobrevivência na história do cinema, sendo lançado antes de “A noite dos mortos vivos” de George A. Romero. Coincidentemente, Mortos que matam se passa em 1968, mesmo ano do lançamento do filme de Romero.

Não é uma obra-prima, mas tem pontos positivos. A atmosfera é boa e faz com que o espectador sinta a solidão e o tédio do personagem principal. Acompanhar Morgan pelos seus passeios diários, caçadas aos vampiros e ao mesmo tempo ter conseguir relaxar faz com que o espectador tenha empatia pelo personagem, que é muito bem construído. Indo ao passado, vemos como ele era antes dos vampiros e nos faz pensar nos motivos da personalidade dele ter mudado tanto após a tragédia, que o fez perder as pessoas que mais amava.


Atmosfera de solidão é muito bem criada

Um filme de reflexão, com ritmo lento, mas no geral, é bastante interessante, e indicamos qualquer um que goste de Terror mais como curiosidade histórica. Por ser bastante vagaroso, já que na maior parte do tempo temos apenas um personagem interagindo com o cenário, é um pouco cansativo de assistir. Mas o fato desse ator ser justamente o mestre Vincent Price muda tudo. Poderia ser um filme bastante ruim se a escolha fosse outra para interpretar Morgan. Ele carrega o filme sozinho e traz um brilho que apenas ele era capaz de conseguir.

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